terça-feira, 29 de junho de 2010

Sonhar pode ajudar na aprendizagem e melhorar a memória

SITE DO CADERNO DONNA DO JORNAL ZERO HORA

Sonhar um pouco sobre as matérias que estão estudando para prestar uma prova importante na escola pode ajudar os estudantes a terem um bom desempenho no teste. Mas se não sonharem nada ou muito sobre o que estão aprendendo nas noites que antecedem o exame, o resultado pode ser exatamente o inverso e provocar o temido “branco” ou “apagão” da memória. É a conclusão a que estão chegando os pesquisadores do Instituto Internacional de Neurociências de Natal Edmond e Lily Safra (IINN-ELS) por meio de experiências inusitadas.

Em 2007, os neurocientistas do Instituto dirigido pelo cientista brasileiro Miguel Nicolelis iniciaram uma pesquisa com 22 apreciadores do popular e controverso videogame Doom, em que o jogador é transformado em um fuzileiro espacial e precisa exterminar criaturas bizarras, como monstros e zumbis. Durante a experiência, os pesquisadores observaram que os jogadores que não sonharam ou sonharam muito com o jogo nas noites que passaram no laboratório do IINN-ELS, ligados a um aparelho de eletroencefalograma, foram mal no jogo. Já as que sonharam um pouco sobre ele apresentaram um desempenho melhor.

– Observamos que houve uma relação direta entre os sonhos e a performance dos jogadores – afirma o neurocientista e chefe de laboratório do IINN-ELS, Sidarta Ribeiro. – À medida que sonhavam com o jogo, eles jogavam melhor. Mas se sonhavam muito com ele e ultrapassavam um determinado limite de sonho jogavam mal – diz.

De acordo com Ribeiro, o estudo, que está quase pronto para publicação, não demonstra categoricamente que o sonho melhora a aprendizagem. Mas sugere que ambos estão fortemente relacionados e ajuda a elucidar o papel desempenhado especificamente pelo sonho no processo de sono-aprendizagem. Até hoje o que se sabia é que o sono pode ajudar na aprendizagem e melhorar a memória, e que a maioria das pessoas sonha durante a fase do sono leve, ou REM, que é a melhor para recordação de memórias e é caracterizada pelo rápido movimento dos olhos.
– A ideia que estamos trabalhando é que o sonho é um processamento da memória – revela. – Se nós prestarmos atenção no nosso dia-a-dia, quando temos um nível de estresse baixo e sonhamos moderadamente, retemos mais memória. Mas se ficamos muito estressados e não sonharmos, o resultado é exatamente o oposto – compara.

Sonhos violentos
O especialista explica que escolheram um jogo tão violento como o Doom para realizar a pesquisa porque os próprios sonhos têm um contexto violento e guardam uma relação antropológica com os nossos ancestrais mais longínquos que, ao acordarem, tinham que matar ou morrer.
– Nós não podíamos pegar uma situação da vida de um sujeito comum de hoje para realizar a pesquisa”, conta Ribeiro. – Tentamos replicar uma situação de risco de predação vivida pelos nossos ancestrais para expor os participantes da pesquisa a uma situação de estresse.

Em outro experimento que será realizado no IINN-ELS, os participantes serão divididos em dois grupos em outro jogo de videogame, em que primeiro representará a caça e o segundo o caçador. Os pesquisadores esperam que haja uma divergência nos sonhos e no desempenho dos participantes de acordo com o papel exercido por eles no jogo. A suposição é que os “predadores” se estressarão menos e, consequentemente, reterão mais memória e jogarão melhor do que os “caçados”.

Passo Fundo ganha mais três Largos da Literatura

O deputado federal Beto Albuquerque participou nesta segunda-feira (28), em Passo Fundo, da inauguração de mais três Largos Temáticos da Literatura – Brasileira (B), Cômica (C) e Gaúcha (G) -, construídos em praças da cidade. Com a presença do prefeito Airton Dipp e da professora Tânia Rösing, foram entregues o Largo da Literatura Brasileira, na praça Francisco Antonino Xavier de Oliveira, e os Largos da literatura Cômica e Gauchesca nos canteiros Guilherme Luiz Sperry e Abraão Madaloso, respectivamente.

O projeto, que é uma iniciativa da Universidade de Passo Fundo (UPF), da prefeitura e do governo federal destinada a dotar a cidade de infraestrutura turística e cultura, recebeu desde o início o apoio do deputado Beto Albuquerque que garantiu, através de emenda parlamentar, R$ 683 mil para as obras. “Temos garantido investimentos para que Passo Fundo, que já é a Capital Nacional da Literatura, possa se consolidar cada vez mais como uma referência nacional”, afirmou o deputado, autor da lei que em 2006 concedeu o título à cidade.

Parceiro das Jornadas da Literatura, Beto destacou que a revitalização das praças é apenas um dos projetos realizados com o objetivo de capacitar o município para receber turistas e sediar eventos. “Queremos contribuir para o fortalecimento desta vocação que combina o gosto pelo mundo dos livros e a atividade turística”, afirmou ao destacar que a após 30 anos da primeira Jornada, foi possível manter a ‘chama acesa’ do debate cultural até hoje.

Após o ato, as autoridades e convidados presentes se deslocaram para os Largos da literatura Cômica e Gauchesca, onde fizeram o descerramento das placas de inauguração. Os espaços caracterizados pelas letras ‘C’ e ‘G’, também ganharam túneis, piso e luminárias novas.

Com esses, já são quatro Largos de Literatura no município de Passo Fundo. O primeiro inaugurado foi na praça Armando Sbeghen, local que já contém um Ponto de Leitura, com livros para locação e acesso gratuito à Internet

Os filhos da geração digital

SITE DO JORNAL A RAZÃO - Santa Maria

Os jovens nascidos nos anos 80 e 90, contemporâneos da revolução digital e conhecidos como geração Y, são inquietos e querem crescer rápido na carreira. São especialistas em lidar com tecnologia, usam mídias sociais com facilidade, sabem trabalhar em rede e estão sempre conectados. Mas se preocupam com o mercado de trabalho altamente competitivo e buscam cada vez mais a formação superior e o ingresso na carreira pública como passaporte para a estabilidade profissional.

Os dados fazem parte de uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Mercados de Capitais (Ibmec), iniciada em 2007, que mapeou em profundidade um grupo de estudantes de administração de várias instituições de ensino superior e mostrou que, apesar das semelhanças, esses jovens não têm um perfil homogêneo. A geração Y sucede a chamada geração X, das pessoas que hoje estão na casa dos 40 anos de idade, e que sucederam a geração dos baby boomers, nascidos depois da 2ª Guerra Mundial, hoje com 60 anos ou mais. “Esses jovens, por serem altamente tecnológicos, têm uma relação com a comunicação diferente da geração anterior. Um jovem hoje consegue ver televisão, trabalhar no computador, conversar no MSN [programa de bate-papo pela internet] e ainda ouvir uma musiquinha. Essa característica, as gerações anteriores não têm”, comparou a economista Lúcia Oliveira, professora da graduação em administração do Ibmec.

A pesquisa coordenada por ela constatou que os jovens da geração Y podem ser divididos em quatro perfis distintos, conforme a visão sobre a vida e o trabalho: engajados, preocupados, céticos e desapegados. “Todos esses jovens veem o mercado de trabalho brasileiro como altamente competitivo. Para eles, encontrar emprego não é fácil, nem simples”, ressaltou a economista, que ouviu 31 estudantes em pesquisa qualitativa, com entrevistas individuais de até uma hora e meia.

Os engajados aceitam as condições do mercado de trabalho sem questionamentos e centralizam a vida na carreira profissional. Os preocupados também dão excessiva importância à carreira, mas têm ambições mais modestas. Os céticos são críticos do mercado privado, por considerarem que há uma competição exagerada e nociva, e preferem as carreiras públicas ou acadêmicas. Os desapegados dão menos importância ao trabalho do que às atividades ligadas à família e ao lazer, e visam as empresas públicas.

O contato com o grupo também levou a professora a constatar outras características típicas dos jovens nascidos nos anos 80 e 90, como a informalidade nas relações pessoais – menos hierarquizadas – e a facilidade de trabalhar em grupo, formando redes, em tarefas colaborativas, que não precisam nem ser feitas no mesmo espaço, mas pela internet.

“Eles estão acostumados a trabalharem em conjunto. Quando se tornarem líderes, vão priorizar a flexibilidade de horários e as novas formas de trabalhar. Um exemplo de empresa jovem é a Google, onde as pessoas não têm que bater ponto e está sendo muito bem sucedida, com um modelo de gestão diferente. Os mais velhos vieram de uma época em que as relações se davam no nível pessoal e não no virtual. A geração Y está habituada a se comunicar, a se integrar e a colaborar virtualmente”, explica ela.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Deputado Federal Beto Albuquerque participou do "Seminário Liberdade e Democracia no século XXI"

Beto recebe prefeito de Horizontina em Brasília

O deputado federal Beto Albuquerque (PSB/RS) recebeu na tarde desta quarta-feira (23), em Brasília, o prefeito de Horizontina, Irineu Colato, acxompanhado de vereadores do município. Na audiência. o parlamentar tratou com Colato a respeito do projeto de extensão do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFET) de Santa Rosa para Horizontina.

Beto ainda tratou com o prefeito e os vereadores a respeito da destinação de R$ 200 mil via emenda ao Orçamento da União para a construção de ginásio de esportes no Bairro Operário de Horizontina. Outra emenda no mesmo valor de R$ 200 mil deverá ser destinada para a aquisição de patrulha mecanizada.

Educação

Se a educação precede o desenvolvimento, é preciso democratizá-la. A UERGS foi criada com esse objetivo.

Ao longo de toda sua trajetória, Beto Albuquerque vem trabalhando e lutando sempre por investimentos na educação. Especialmente na formação inicial, na ampliação dos cursos técnicos profissionalizantes e no ensino superior. A educação é prioridade para o Brasil, para o Rio Grande do Sul e para Beto. Um dos grandes desafios do mundo, hoje, é reduzir ao máximo as desigualdades. Uma sociedade mais justa só é possível se as diferenças forem minimizadas e as chances de cada pessoa forem semelhantes. Mas de que forma podemos corrigir séculos de desigualdades? Uma das respostas é a educação.


UERGS
A luta pela criação de uma Universidade Estadual no Rio Grande do Sul (UERGS) iniciou no ano de 1986. Desde então, a história da Universidade confunde-se com a história política de Beto Albuquerque. Naquele ano, Beto, era presidente do Diretório Central dos Estudantes da Universidade de Passo Fundo (UPF) e já defendia a criação de uma nova instituição. Poucos anos depois, em 1989, a luta era para a criação de um dispositivo que previsse a participação direta do Estado no ensino superior. Não foi aprovado.

Na condição de defensor da educação superior pública, e um dos principais idealizadores da UERGS, Beto foi relator dos trabalhos da subcomissão que avaliou a viabilidade da criação e implantação da UERGS. Isso aconteceu em 1992, quando Beto era deputado estadual. A subcomissão apresentou à Assembléia Legislativa um amplo relatório que justificava a importância da criação da UERGS e os impactos que a nova universidade significava para todo o Estado e para cada gaúcho. Seis anos depois, em 1998, com o apoio de 40 mil gaúchos que aderiram a um abaixo-assinado, Beto protocolou um projeto de lei na Assembléia para a criação da Universidade Estadual do RS.

Beto conseguiu, mais uma vez, defender seus compromissos e trabalhar lado a lado com os gaúchos: em 28 de junho de 2001 sua proposta foi aprovada por unanimidade e, finalmente, a UERGS virou realidade. Foram 15 anos de dedicação a uma das mais importantes reivindicações gaúchas. De 1986 até o dia 10 de julho de 2001 – quando o então governador Olívio Dutra sancionou o Projeto de Lei da UERGS – Beto acompanhou de perto todo o processo que culminou na realização de um grande feito para os gaúchos. Beto reafirmava sua dedicação, compromisso e transparência.

Se a educação precede o desenvolvimento, é preciso democratizá-la. A UERGS foi criada com esse objetivo. Ao defender a UERGS como uma ferramenta por meio da qual é possível pensar estrategicamente o desenvolvimento econômico, social e ambiental do Estado, Beto reafirma a importância da participação popular nos governos: desde 1999 os gaúchos colocam a UERGS como prioridade do Orçamento Participativo em várias regiões do RS.

Para o futuro, Beto entende que a UERGS valorizará ainda mais a ciência e a tecnologia no Estado. Por ter papel fundamental no cenário educacional gaúcho, a instituição incentiva professores e alunos na busca do aperfeiçoamento. Mas é preciso investir ainda mais e incentivar o crescimento da instituição.


Crédito
Outra preocupação de Beto diz respeito ao crédito educativo. Através de uma ação do parlamentar, mais de 200 mil estudantes de todo país foram beneficiados com o programa de renegociação das dívidas do antigo Creduc. Apenas no Estado, quase 60 mil estudantes puderam negociar ou quitar seus débitos com a Caixa Econômica Federal. Beto também propôs ao Ministério da Educação (MEC) a reformulação das regras do Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (FIES). Com as mudanças os estudantes terão mais acesso ao Ensino Superior, já que taxas de juros caem de 9,5% para 3,5%. Outra importante mudança fixa em 2% ao ano a taxa de administração e muda o prazo de amortização do financiamento de duas para três vezes o tempo de duração do curso. Assim, diminuem-se as prestações e é facilitado o pagamento do empréstimo.

Entre algumas outras iniciativas que fazem parte da rotina de Beto na busca constante de uma educação cada vez melhor para os gaúchos, estão os Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia (Ifet), o projeto que permite utilizar o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) para pagar as dívidas do FIES, o aumento dos recursos destinados à informatização das escolas e os investimentos no Ensino Fundamental e Médio. Beto entende que, por meio de uma educação consistente, é possível reconstruir as bases da nossa sociedade.

Procuram-se aulas de artes

SITE PLANETA SUSTENTÁVEL

A pressão por resultados está levando as escolas a desprezar atividades artísticas e esportivas em nome de um aprendizado mais conservador. Tudo errado, alertam os especialistas: além de estimularem a criatividade, aulas de música e artes, entre outras, abrem caminho para olhar a vida sob um novo ângulo e são essenciais para produzir adultos completos

Se o currículo escolar dos dias de hoje pudesse ser comparado a uma seleção de futebol, seria fácil imaginar os titulares: matemática e português brilhariam como estrelas insubstituíveis e ciências, geografia, história e inglês seriam sempre escalados. No banco de reservas, ficariam disciplinas que um dia foram a bola da vez - como música, desenho, educação física e teatro -, mas hoje andam apagadas.

Essa escalação não é novidade em países que adotaram testes de rendimento e rankings públicos, como é o caso do Brasil. A pressão por resultados e a ânsia de oferecer um ensino que facilite a aprovação dos alunos nas melhores universidades vêm produzindo um efeito perigoso, acreditam os especialistas. As artes e os esportes, antes considerados essenciais para o desenvolvimento de crianças e jovens, estão perdendo espaço no currículo escolar - comprometendo desde a capacidade de fazer escolhas e lidar com conflitos até a sensibilidade estética.

A questão toca no âmago mais profundo da educação, provocando uma discussão sobre que tipo de cidadão as escolas estão se propondo a formar. Nesse campo, há um oceano de contradições. Se nas referências oficiais e nos discursos dos educadores não paira nenhuma dúvida de que uma formação mais humanista é imprescindível, na prática a história é outra.

"Pressionados pelos programas dos vestibulares e pela necessidade de melhorar o desempenho no Enem, os colégios vêm relegando as disciplinas expressivas’ a cursos complementares e aos primeiros anos do ensino", diz a socióloga Gisela Wajskop, que dirige o Instituto Singularidades, em São Paulo, um dos cursos de formação de professores mais bem avaliados pelo Ministério da Educação (MEC).

Qualquer pai ou mãe de jovens em idade escolar sabe que as horas dedicadas às atividades artísticas e corporais gradativamente diminuem desde os primeiros anos da educação infantil até praticamente desaparecer no ensino médio - tudo para a instituição garantir uma boa posição no ranking do Enem e poder se orgulhar de ter alunos aprovados nas universidades públicas. Segundo o psicoterapeuta e consultor de empresas José Ernesto Bologna, essa tendência leva a um engano cruel.

"Ao pensar que estão formando alunos competitivos, os colégios não enxergam que a sociedade contemporânea pede claramente competências múltiplas e formas mais globais de compreender os problemas, além de ousadia criativa, senso estético e crítico", diz. "Os humanos nascem inteiros. Não podemos fatiar as crianças para depois tentar remendar os adultos", critica.

CAPOEIRA NO CÉREBRO

Na Grécia antiga, a música era tão importante como a leitura e a literatura, segundo a pesquisadora em neurociências Elvira Lima Brandão, consultora do Ministério da Educação. A estudiosa da matemática Kátia Stocco Smole acrescenta:

"É possível encontrar sociedades não letradas ou que não tenham matemática sofisticada, mas não existem comunidades sem música e sem arte. Esse fato tem sido estudado para mostrar que tais áreas fazem parte da genética da espécie, isto é, somos constituídos por capacidades para falar, organizar logicamente o mundo e também para produzir arte e música".

É unânime hoje o conceito de que o cérebro humano faz uma interligação de todas as áreas do conhecimento - sem que haja uma hierarquia entre elas. De acordo com Elvira Brandão, todos nascemos com uma mente interdisciplinar.

"Estudos recentes mostram que o cérebro utiliza o que armazenou de uma área do conhecimento para solucionar questões relativas a outros campos", diz ela.

Uma prática como a capoeira, por exemplo, não deve ser encarada como um simples acessório da educação, alerta a pesquisadora. Em um artigo publicado no site do MEC, Elvira mostra que a atividade envolve, entre outras habilidades, coordenação motora, tomada de decisão, sensibilidade ao ritmo, disciplina e concentração.

"A capoeira estimula a formação de redes neuronais que contribuem para o desenvolvimento do pensamento espacial, algo essencial para que se possa assimilar conceitos de física, geografia e matemática", explica."Da mesma forma, quem aprende a ler música tem mais facilidade para a sintaxe, presente tanto na escrita como na matemática."

Para Kátia Smole, a capacidade de estabelecer padrões, fundamental para o raciocínio matemático, é potencializada pelo estudo das artes em geral, especialmente de música. "Suprimir essas disciplinas compromete uma parte considerável do desenvolvimento do estudante", afirma. Há outro aspecto da formação que está diretamente ligado ao aprendizado das manifestações artísticas: o estímulo à criatividade. Elvira lembra que a história da evolução científica sempre caminhou lado a lado com a capacidade de imaginar e criar metáforas para explicar fenômenos.

"A ausência de experiências estéticas pode levar à mediocridade ou à limitação de estratégias de tomada de decisões que exijam um pensamento mais criativo", explica.

As escolas não pecam só nas expressões artísticas. A falta de incentivo à argumentação e ao acolhimento de diferentes pontos de vista é um dos fatores que têm levado a uma indisciplina cada vez maior em sala de aula, acredita Telma Vinha, professora da Faculdade de Educação da Universidade de Campinas (SP) e estudiosa de conflitos nos colégios. Para ela, a crescente dificuldade dos alunos em resolver diferenças ocorre em grande parte porque a escola não tem ensinado a arte da confrontação, que envolve capacidades cognitivas, interpessoais e afetivas. Todas elas poderiam ser mais exploradas em um programa mais arejado.

"A maneira como está estruturado o currículo escolar leva a uma forma de subdesenvolvimento da sensibilidade, da complexidade e multiplicidade de linguagens e perspectivas. Uma pena, porque são instrumentos necessários para conhecer a si mesmo e aos demais e, assim, solucionar os conflitos", analisa.

SOLTANDO AS ASAS

Por tudo isso, é hora de repensar a educação que vem sendo oferecida às crianças e aos adolescentes - o que inclui eleger prioridades para a formação dos jovens. Para Gisela Wajskop, não é uma decisão fácil, pois a grade das escolas já está sobrecarregada.

"O foco recaiu sobre o conteúdo das disciplinas e o treinamento em tipos específicos de redação. Não sobrou tempo para abordar outras áreas do conhecimento, como as artes, os esportes e a filosofia", afirma Sônia Barreira, diretora pedagógica da Escola da Vila, em São Paulo.

Ela acredita que muitos pais ainda não têm uma posição definida sobre o assunto. "Há os que se guiam apenas por rankings e os que se preocupam com a formação geral", afirma.

Algumas famílias acabam levando gato por lebre. Segundo Gisela, os pais podem facilmente confundir matérias capazes de estimular a criatividade com cursos extracurriculares, que, na verdade, servem somente para reforçar a proposta acadêmica da escola. Um curso de design gráfico não é igual a um de artes plásticas, diz ela, por mais que pareçam semelhantes à primeira vista. Eles não têm o mesmo objetivo: afinal, o primeiro tem um caráter profissionalizante.

"A busca de disciplinas artísticas não comporta uma visão utilitária, ligada ao futuro profissional do aluno", garante a socióloga. "Matérias como artes, esportes e teatro são importantes não por razões terapêuticas, muito menos para relaxar ou dar prazer ao aluno. Elas devem estar presentes porque contribuem para o desenvolvimento da criança e do adolescente", enfatiza Sônia.

Para os educadores, o desafio atual é encontrar um ponto de equilíbrio. As escolas devem, sim, atender às demandas do mundo contemporâneo sem deixar de oferecer ferramentas para que os jovens soltem as suas asas e se tornem adultos de múltiplas capacidades, analisa Gisela. "Não se trata de substituir matérias, mas, sim, de encontrar maneiras de formar pessoas aptas a circular pelas mais diferentes áreas do conhecimento e que sejam abertas a muitas linguagens", conclui.

Paulo de Camargo

Revista Claudia – 06/2010

terça-feira, 22 de junho de 2010

Cinco medidas provisórias trancam a pauta de hoje do Plenário

O Plenário realiza nesta tarde sessão ordinária, que tem a pauta trancada por cinco medidas provisórias. A principal delas (484/10) permite que a União transfira R$ 800 milhões a 11 estados no âmbito do Programa Especial de Fortalecimento do Ensino Médio, criado pela própria MP.

Além das medidas provisórias, outras propostas poderão ser votadas em sessões extraordinárias, se forem pautadas pelo presidente da Câmara, Michel Temer, após acordo com os líderes partidários. Entre essas propostas, estão as emendas do Senado ao fundo social do pré-sal (PL 5940/09) e o piso salarial para policiais e bombeiros dos estados (PECs 446/09 e 300/08).

Segundo o vice-líder do governo na Câmara, deputado federal Beto Albuquerque, a expectativa é votar as emendas do pré-sal na próxima semana. Entretanto, a Copa do Mundo e o calendário de festas juninas podem empurrar para julho a votação dessa matéria e do piso salarial dos policiais. “Creio que nesta semana só serão votadas medidas provisórias”, disse.

MPs em pautaAlém da MP 484/10, trancam a pauta as seguintes MPs:– 483/10, que dá status de ministérios a quatro secretarias especiais vinculadas à Presidência da República;– 485/10, que abre crédito extraordinário para o Ministério da Educação, os estados, o Distrito Federal e os municípios, no valor global de R$ 1,6 bilhão;– 486/10, que abre crédito extraordinário para órgãos do Poder Executivo, no valor total de R$ 1,4 bilhão; e– 487/10, que amplia o limite de financiamentos do BNDES destinados à compra e produção de bens de capital e à inovação tecnológica.

Também estão na pauta outras duas MPs que não trancam os trabalhos. A primeira delas (488/10) cria a empresa Brasil 2016, para prestar serviços de elaboração e revisão de estudos e projetos relacionados às Olimpíadas de 2016 no Rio de Janeiro. A segunda (489/10) autoriza a União a participar da Autoridade Pública Olímpica (APO), que coordenará as ações governamentais dirigidas aos Jogos Olímpicos. Participarão ainda do consórcio os governos do estado e do município do Rio de Janeiro.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Brasileiros são campeões mundiais no uso de redes sociais

COLUNA TECNOLOGIA DO SITE TERRA

Os brasileiros junto com os italianos e espanhóis são os internautas que passam mais tempo conectados às redes sociais e aos blogs, ao menos é o que mostram os dados de abril divulgados pela empresa especializada em internet Nielsen.

O estudo reflete um aumento de 24% nas visitas às redes sociais durante o último ano e afirma que a expansão e a presença das redes sociais e blogs é uma tendência irreversível. Pela primeira vez, os internautas dedicam às redes sociais uma de cada quatro horas que passam conectados a internet, 66% mais que um ano atrás.

No Brasil, 86% dos internautas estão conectados a redes sociais sendo que em abril cada brasileiro dedicou, em média, mais de cinco horas a esses tipos de sites. Parte dessa popularidade se deve ao Orkut. Criado em 2004, em setembro de 2005 metade dos usuários do site já era brasileira.

Mas os espanhóis também não ficam atrás, com 77% de usuários conectados a este tipo de páginas e perdem apenas para os italianos, com 78%.

Na Itália, o Facebook é um dos sites mais visitados. A rede social é, inclusive, mais popular que nos mercados de língua inglesa - Austrália, Reino Unido e Estados Unidos -, ao contar com 66% de usuários ativos, contra 63% do primeiro e 62% dos dois outros países.

Só a Austrália supera a Itália no tempo em que seus internautas passam no site, com sete horas e 45 minutos em média frente às sete horas do país europeu. Na Espanha, o Facebook ganhou 57% dos usuários, atrás do Reino Unido e com a mesma percentagem da França.

Apesar de sua expansão em muitos países europeus e de língua inglesa, o Facebook tem dificuldade para penetrar no Japão, onde só conta com 3% de usuários.

Quanto aos sites da internet mais populares, o Google se mantém no topo, com 82% de visitantes, onde o usuário passou de uma hora e meia a 21 minutos em abril. Em segundo lugar, ficou o conjunto de buscadores e portais da Microsoft, (MSN, WindowsLive e Bing), com 62%, que superou o Facebook (54%) e o Yahoo! (53%).

Apesar de seu terceiro lugar em popularidade, a rede social Facebook foi o site em que os internautas de todos os países passaram mais tempo, em média seis horas por pessoa.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Alunos da rede estadual ganham prêmio na olimpíada de matemática

SECRETARIA DA EDUCAÇÃO DO RS

Dois alunos da região de abrangência da 23ª Coordenadoria Regional de Educação, em Vacaria, foram classificados na Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP) de 2009. Eduardo Alves da Silva, do Instituto Estadual de Educação Irmão Getúlio, de Vacaria, conquistou a medalha de bronze, e Felipe Longhi, da Escola Estadual de Ensino Fundamental São João Batista de La Salle, de Ipê, conseguiu a medalha de prata. Os alunos receberão as medalhas no dia 26 de junho, às 15h, no Anfiteatro Cidec Sul, da Universidade Federal de Rio Grande (Furg).

Eduardo, de 16 anos, ganhou como medalhista de bronze quando estava no 1º ano. Sempre gostou muito de matemática e viu a olimpíada como uma oportunidade.

- As duas provas que eu fiz exigiam bastante, trabalhavam muito com o raciocínio, não tanto com fórmulas matemáticas, o que é bom, porque fórmulas não provam que alguém realmente sabe o conteúdo. Por ter tirado medalha de bronze, estou recebendo uma bolsa de R$ 100,00 por mês, o que é uma boa ajuda, comemora.

A diretora da escola de Eduardo, Elizete Orsi Fernandes, faz questão que a instituição participe todo ano das olimpíadas: “Tudo que desafia e faz com que o professor busque novas formas de ensinar é importante e deve ser incentivado. No nosso caso, os professores preparam os alunos para a prova dentro da sala de aula”, conta. No colégio, cerca de 900 alunos fizeram o teste de conhecimento.

A escola de Ipê participa ativamente das olimpíadas, tanto que na última edição da competição, selecionou 20 alunos que tiveram os melhores desempenhos na disciplina para participarem da ação. De acordo com a supervisora educacional da escola, Viviane Caon Paulette, a competição é mais uma possibilidade de os alunos terem um futuro melhor.

- Nós temos professores de matemática muito bons que tentam, com trabalhos e atividades interativas, fazer com que os alunos gostem da matéria, nosso corpo docente se esforça muito. Por isso, quando recebemos a notícia de que um aluno nosso tinha conseguido uma medalha de prata nas provas, nos sentimos muito lisonjeados, porque é um sinal de que estamos atingindo nosso objetivo, declara.

A OBMEP é um projeto que já está no seu sexto ano e que possibilita escolas públicas de todo o Brasil testarem os conhecimentos de seus alunos na área. A olimpíada produz e distribui material didático, também disponível no site www.obmep.org.br, além de oferecer um Programa de Iniciação Científica Junior (PIC) para os medalhistas que estejam cursando graduação com bolsas de estudo e preparação especial para competições internacionais para os medalhistas de ouro, entre outros benefícios.