quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Ausência do nome do pai no registro escolar dos catarinenses preocupa

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Um número preocupante chegou ao conhecimento das autoridades: 30 mil alunos da rede pública de Santa Catarina não têm o nome do pai no registro escolar, o que representa 5% dos 600 mil estudantes matriculados.

O índice causa apreensão porque a ausência do pai pode desencadear sérios problemas na vida da criança, como exclusão social e revolta. Uma mostra disso é que 72% dos presidiários de Santa Catarina não têm a paternidade reconhecida.

O Instituto Paternidade Responsável, fundado em 2004, em Lages (SC), ainda analisa os dados levantados pela Secretaria de Estado da Educação para saber onde o problema é mais grave. Em várias escolas de diferentes regiões, o percentual chega a 15%.

Muitos pais não querem assumir crianças que nascem de um relacionamento eventual ou extra-conjugal. Outros são jovens demais e não querem tão cedo a responsabilidade de casar ou sustentar uma família. E, em muitos casos, nem mesmo a mãe sabe quem é o pai do seu filho.
É quando o Paternidade Responsável entra em cena com o seu trabalho, totalmente gratuito e que objetiva resolver o problema sem a necessidade de recorrer à Justiça e, principalmente, sem traumas às crianças.

O suposto pai é chamado para uma audiência com a mãe e, havendo o acordo, o registro de nascimento passa a receber o nome do homem. Caso contrário, o caso segue adiante e vira um processo judicial, com a obrigatoriedade do exame de DNA.

Mas cerca de 80% dos casos que chega à entidade são solucionados já na primeira audiência. Foram 900 reconhecimentos de paternidade apenas com a conciliação.

Outro avanço importante no setor de paternidade no Estado foi a criação, em maio deste ano, do Dia Estadual da Paternidade Responsável, que será comemorado sempre em 17 de agosto. A data coincide com a fundação do instituto e com o mês em que se comemora o Dia dos Pais.
Presença essencial para as crianças

Para a psicóloga especialista em terapia familiar, Dallas Athaide Oliveira, a figura paterna é uma combinação essencial ao desenvolvimento saudável da criança porque representa, ao mesmo tempo, limite e carinho.

O pai é responsável por quebrar a dualidade no que chama de “relação simbiótica”, quando o filho pensa que ele e a mãe são só uma pessoa. Com a introdução da figura paterna, a criança passa a ter noção de autoridade e respeito porque o pai “interdita” o relacionamento que antes ficava restrito a duas pessoas.

“A figura do pai representa um registro do que é a lei, do que é um limite. A “quebra” na relação simbiótica com a mãe faz com que a criança esteja preparada para interagir com a sociedade obedecendo e seguindo regras. Sabendo quais são os limites, conseguirá conviver de forma tranquila com as leis que a sociedade impõe. É importante exercer a autoridade com muito carinho e amor”.

Outro problema é que quando as mulheres exercem os papéis de pai e mãe simultaneamente, há uma sobrecarga, o que atrapalha a função original de ser mãe – mais acolhedora e amorosa – e de ser pai – mais autoritário. A figura do pai também é fundamental para o menino se identifique com o pai e a menina elabore uma boa imagem do masculino.

Instituto Paternidade Responsável
Contatos pelo telefone (49) 3227-0943 e/ou pela internet, através do site www.paternidaderesponsavel.org.br.


Fonte: Diário Catarinense

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